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A mostrar mensagens de 2023

Os (novos) mais velhos

Quando somos (mais) novos, ouvimos os (mais) velhos dizerem coisas que juramos a nós mesmos nunca ir repetir. Dizem que quando eram da nossa idade isto ou aquilo. E que quando chegarmos à idade deles vamos dar-lhes razão. Dizem até para irmos andando que eles lá nos esperam. Dizem tudo isto porque acreditam, dizem tudo isto porque podem e, sobretudo, dizem tudo isto porque é verdade. Quando somos (mais) novos estas lamechices entram a 100 e saem a 200 e é por isso que só quando formos da idade dos (mais) velhos lhes vamos dar razão. Temos sempre pena de não ter tomado atenção mais cedo e queremos tentar que os (mais) novos agarrem a oportunidade que deixámos ir. E como queremos muito isso, vamos dar o dito por não dito e é agora a nossa vez de picar miolos na esperança de mudar o Mundo. Pelo menos, o mundo daqueles que estamos a ver crescer. E lá vamos ser nós os chatos (mais) velhos que dizem aos (mais) novos o quanto cresceram, que ainda ontem nasceram e já são grandes. Que ainda ont

Vai lá Luizinho, corre

Não sou dada a políticas nem a partidos. A esquerdas, direitas e muito menos a extremismos. Nunca senti que um ou outro lado fossem 100% aquilo que vai na minha cabeça para votar sempre no partido A ou no B, muito menos para me filiar. Polémicas à parte, acho que o país ganhou bastante com este governo do PS. Nenhum outro agiria melhor perante uma pandemia e uma guerra (bem, agora, duas guerras), por muito que gostem de vir apregoar e apontar o dedo (somos melhores e faríamos sempre mais e melhor que os outros...). Tudo aquilo a que temos assistido na educação, saúde, segurança, não foram problemas criados por este governo. Poder-se-á questionar se o partido ao longo dos anos e de outros governos não terá também tido um q.b. de responsabilidade nestas questões. Claro que teve, tiveram todos. 'Eles' e nós que votamos 'neles' (ou pior, que não votamos). Mas porque 'lá estão' não passam a ser os únicos responsáveis. Se os outros partidos se deixassem de merdas, de

Ela é que manda nas outras e eu digo "Oh Cristina, não sejas assim!..."

Brinquei muito sozinha. Não tenho irmãos e a prima mais próxima em idade só mais tarde se tornou minha amiga. As outras primas a seguir estavam longe, só brincávamos duas vezes por ano e a outra prima só apareceu 8 anos depois de mim (o que é uma seca quando se quer brincar a sério. Sim, brincar a sério exige uma idade para tal; antes disso não se sabe brincar a sério, só se brinca a brincar e isso não tem graça nenhuma). E sim, isto de ser família não significa que as pessoas estejam todas próximas e muito menos que gostem todas umas das outras (às vezes só fingem que gostam e outras tantas gostam mas, de repente, deixam de gostar). É por isso que se diz que os amigos são a família que escolhemos. A que nos calha em sorte à nascença nem sempre nos enche as medidas e temos que mandar vir de fora. Voltando ao ponto. Brinquei muito sozinha. Não tenho irmãos, as primas estavam longe (emocionalmente, em espaço ou em idade) e, por isso, grande parte do tempo era passado a brincar sozinha. P

Mensagem publicada n°200

Pensei em dissertar sobre as amarguras da vida, a pouca sorte. A inveja das coisas dos outros. O facto dos outros terem sempre mais, melhor e mais fácil. Dos outros não terem problemas e de terem saúde e sorte 365 dias por ano. De tudo lhes correr bem, como planeado e sem dissabores. Pensei depois que tudo isso é uma ilusão. Que todos achamos isso dos outros e que nós também somos os outros na percepção deles. Que amarguras todos temos, apenas uns gostam mais de falar delas que outros. Pensei que a pouca sorte depende sempre do ponto de vista, da circunstância, do momento. Do estado de espírito. Daquilo que para cada um de nós é mais relevante. Do que mais nos importa conseguir ter ou atingir. Pensei que a inveja só existe porque na verdade não calçámos os sapatos do outro. Porque à distância tudo parece bonito e fácil, mas ao perto não é bem assim. Que nem toda a inveja é má, mesmo que nos deixe um amargo de boca. Às vezes a inveja é a gasolina para fazer andar o nosso motor, aquele q

Penny... Penny... Penny

A minha POC (que, como já vos disse um dia, não foi diagnosticada, mas está altamente comprovada) consegue ser bastante cansativa. Obriga-me a demorar o dobro ou o triplo do tempo a fazer as coisas e dá-me cabo do juízo. Sim, eu sei, é difícil entender como raio é preciso verificar 2 e 3 vezes se está realmente fechada uma porta que se acabou de fechar. É difícil aceitar que um objecto deva estar milimetricamente alinhado em cima do móvel ou o caos está instalado naquela divisão. É difícil entender como alguém não consegue resistir à necessidade, aparentemente infundada, de fazer a coisa A ou de não fazer a coisa B. É difícil mas, por favor, mesmo que custe, aceitem e ao menos finjam que entendem. Porque não é mais fácil para quem tem que lutar diariamente com estes fantasmas. É cansativo, desesperante. Eu sei que fechei a porta e acabei de confirmar, mas a minha cabeça só descansa se verificar novamente. E voltar a verificar depois. Pode ser a porta de casa, como pode ser a do carro o

Ponham no Facebook, no Instagram, no Tiktok ou...

Felizmente, nasci antes de existirem redes sociais e telemóveis. Sou do tempo em que as pessoas falavam umas com as outras e em que um rolo de 24 fotografias dava bem para 15 dias de férias no Algarve. Já ninguém sente a alegria (ou a desilusão) de ir buscar as fotos reveladas ao fotógrafo e encontrar umas quantas surpresas: umas tremidas, outras descentradas, algumas boas e ainda algumas tiradas sabe-se lá por quem. Não, já ninguém sabe o que isso é. Hoje em dia ninguém tem paciência para esperar por nada, quanto mais por revelação de fotos. Seguia-se o ritual de as colocar no álbum, fosse no oferecido pelo fotógrafo ou outro. Mas não sem antes escrever no verso de cada foto o local e a data de cada uma: Manta Rota, Agosto de 1992. Os álbuns ficavam religiosamente guardados num qualquer móvel, em casa. Nas gavetas ou nas prateleiras, conforme coubessem. E cabia sempre mais um. De vez em quando uma pessoa lá se lembrava (e lembra!) da sua existência e os álbuns saem do armário para que

A ganância é uma senhora com palas nos olhos como os burros

Já toda a minha gente anda numa azáfama. O Mundo admirou-se com a escassez de tinta cor de rosa por ocasião do filme " Barbie "... Pois venham à Capital do Cavalo, todos os anos entre Julho/Agosto e Novembro, se querem ver o que é escassez de material. Ele é para pintar a frontaria, para fazer mais uma cavalariça, para dividir uma sala em 2 quartos, para construir um barracão numa horta e levianamente  chamar-lhe "casa para alugar no S. Martinho", para arranjar um telhado onde já chove há 2 São Martinhos (*)... Não há material de construção civil que resista. Nem empresa. Bem, nem trolha. Aquelas quase 2 semanitas em Novembro são a galinha dos ovos de ouro dos Goleganenses, por isso, há que preparar tudo com antecedência. São a galinha dos ovos de ouro mas calma lá! Não valem mais que uns beliches duvidosos, uma cama de casal de 1970, uma chapa de zinco em cima de 4 estacas, um chão enlameado, um autoclismo que só funciona às vezes, uma cozinha equipada com os melho

E lá se foi o meu C2...

Gosto de carros simples. Não. Na verdade, gosto de carros básicos. Daqueles carros sem paneleirices, onde um risco ou uma mossa custam a aceitar, mas não custam muito. Como também não custou o carro. Custou o devido valor para algo que serve para nos levar de um sítio ao outro sem gastarmos as pernas e as solas dos sapatos. E sem termos que vender um rim para o conseguirmos comprar. Normalmente um carro básico é, também, um carro em segunda mão. Estimado, é certo, mas que tem só o que faz mesmo falta. Sem sensores que alertam por tudo e por nada, sem travar sozinho, sem acelerar sozinho. Sem pôr mudanças sozinho. Enfim... Sem conduzir sozinho. Porque a piada está em conduzir o carro, não em ele conduzir-nos a nós. Isso seria como ter aqueles cães que passeiam os donos. Não, obrigada. Gosto de carros de gajo, não gosto de carros de gaja. De carros brutos, mas não necessariamente grandes (se bem que, um dia, ainda vou ter uma pick-up!). Gosto de carros com alguma testosterona. De carros

Direito de opinião ou aquela vontade estúpida de comentar tudo porque sabemos sempre mais e melhor que o outro?

Temos sempre algo a dizer, achamos nós. As nossas pavavras sobre determinado assunto vão ser certeiras e fazer uma diferença brutal, achamos nós. Ficamos com um sentimento de satisfação estratosférico ao ver que conseguimos passar para palavras exatamente aquilo que nos vai na cabeça. E esse sentimento é exponencial, cresce quando alguém concorda connosco. Fonix , somos mesmo bons. Achamos nós. Sim, é só aquela vontade estúpida de comentar tudo porque sabemos sempre mais e melhor que o outro. Ou talvez não saibamos. Mas, da energia que colocámos no mini acesso de raiva que nos fez deitar meia dúzia de ódios e teorias cá para fora, não usámos nós metade a olhar-nos saindo de nós mesmos. E isso faz muita falta. Se saíssemos de nós mais vezes, não falávamos tanto. Talvez numa outra vida tenhamos inteligência e disponibilidade emocional para fazer isso mais vezes. Sejam felizes, pensem bem antes de abrir a boca e saiam de vós mesmos de vez em quando. Talvez comecem a abri-la menos e, por c

Ir a um concerto equivale a apanhar 4,5 camadões de nervos. Se calhar, fico em casa.

Ir a um concerto é uma aventura que começa com a compra do bilhete. Parece que agora começa na fila para a fila da compra do bilhete. Surreal. Ai queres ir? Primeiro, vai vender o c* na esquina para arranjares dinheiro (pedir à porta da igreja já não é o que era). Também podes comer menos este mês, é tudo uma questão de prioridades. Sim, porque qualquer caramelo saído dos Ídolos cobra acima da centena a quem o queira ver mais de perto (nada contra concursos de talentos musicais, mas nem todos são estrelas assim tão estratosféricas). Depois de garantido o capital, sabe Deus a que custo, apanhas logo um camadão de nervos para conseguir lugar na fila da fila. Abres no PC, abres no telemóvel, o site breca, suas, dizes meia duas de palavrões, abres de novo, pedes aos amigos para fazer o mesmo, quem conseguir entrar compra para todos, já se sabe. Compra, não, que isto é como ir apanhar vez no Centro de Saúde. Com sorte tens direito a um código milagroso para, noutro dia de nervos em franja,

Acabei de fazer 35+2 e quero mais é que se fodam

Depois da banhada dos 34+2 , cheguei aos 35+2. O quintal continua uma merda, tal como a garagem, as paredes do corredor, os WC, a pintura e sei lá que mais...! Mas caguei para esta gente incompetente (chegamos a uma certa idade e perdemos a paciência, embora, muita tenha tido eu...); estou farta de condicionar a minha vida por causa da incompetência e da falta de respeito dos outros. Caguei para isso tudo e fiz a festa na mesma. Sem banda (os Xutos estavam ocupados no domingo) e sem outras coisas (como a melancia e o melão que ficaram por partir), mas cheia de amor das pessoas de quem gosto e, claramente, com comida a mais (mesmo depois de repartir, vou ficar 15 dias a comer o mesmo). Perdi a paciência para coisas e pessoas que não interessam... Perdi o respeito por quem também não me respeita a mim. Em contrapartida, ganhei amor próprio e dou muito mais atenção ao autorrespeito (fundamental para não deixarmos que a estupidez dos outros nos condicione a vida). E, por isso: Quero que se

E se fôssemos todos à merda?

É mesmo isso. Não és tu, não sou eu, nem é o outro, mas todos. Somos todos seres desprezíveis em algum momento da nossa vida. Todos tomamos decisões erradas, às vezes.  Todos dizemos a coisa errada, às vezes.  Todos já magoámos alguém de quem gostamos muito. Devíamos, por isso, ir todos à merda. Mas, depois da mal-cheirosa penitência, voltar. Estar na merda não está com nada. Sejam felizem, vão à merda quando o merecerem, mas façam por não ficar lá muito tempo!

Dava-me jeito ter um espaço multiusos na lezíria, acho que vou mandar vir o Papa

Esbanjar dinheiro em merdas, é luxo de país rico. Portugal, não sendo de terceiro mundo, também não é um país rico. Esbanjar dinheiro num evento religioso, ainda que da religião predominante no país, abre portas a exigências (fundamentadas) das restantes religiões. Portugal é um Estado laico. Esbanjar dinheiro em palcos e noutras infraestruturas "reutilizáveis", para ficar bem numa fotografia internacional, é coisa de país que se preocupa mais com as aparências do que com a pele suja por baixo da roupa nova. Esbanjar dinheiro é isso mesmo, esbanjar. A inflação sobe horrores e a especulação em torno de uma guerra - surreal em pleno século XXI - faz subir ainda mais tudo o que já está caro. Mas vamos gastar milhões num palco. Num palco!? Terei ouvido bem?... Se é um evento religioso, a região que pague. Ou então, que se resigne ao que há, que é bem bom. Se bandas internacionais tocam num desterro na Zabujeira do Mar ou noutro em Algés (sem desprimor às localidades em si), não p

Nunca me faltou nada, mas nunca tive tudo.

É um equilíbrio interessante: não ter demasiado, mas ter o necessário. E o necessário não é o que julgamos que nos faz falta, é o que realmente nos faz falta. É preciso limpar a cabeça de superficialidades e ir directo ao ponto. É uma questão binária: ou precisamos, ou não. Não se trata de querer. Querer é outra coisa. Trata-se de precisar. A maioria de nós, felizmente, não sabe o que é precisar, só sabe o que é querer. Quem precisa dá mais valor. Sempre quis muitas coisas e sempre tive bem mais do que precisei. Mais do que muita gente teve, menos do que outra tanta. Nunca me faltou nada, mas nunca tive tudo. Que seja sempre assim. Que nunca tenha tudo, para continuar ambicionar mais mesmo tendo já o suficiente e, na realidade, não precisando. Que nunca tenha tudo porque, na realidade, não preciso de tanto. Que nunca tenha tudo, porque no dia que alguém sente que tem tudo, deixa de ambicionar mais. Que nunca tenha tudo, mas que nunca me falte nada.

Os aperitivos oferecidos nos cafés não são para forrar o estômago, são para dar sede

"Não há almoços grátis" - conhecem este clássico? Salvo raras exceções, ninguém dá nada a ninguém. Só se cair. O que significa que a bondade, o desapego, a solidariedade e a honestidade ficaram nas barrigas da maior parte das mães. Uma pessoa não quer, mas tem que desconfiar sempre.  "Quando a esmola é grande, o pobre desconfia" - outro clássico. Os pires de tremoços, os amendois ou as batatas fritas não são cortesia do chef . Os aperitivos oferecidos nos cafés não são para forrar o estômago, são para dar sede. E quem tem sede, bebe. Fácil. Às vezes, a cavalo dado, é bom olhar o dente. Sejam felizes, desconfiem qb e... Sonhem!