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A mostrar mensagens de 2022

Verão de S. Martinho (ou microplásticos no cu)

Está calor. Demasiado para Novembro. Como esteve também demasiado em Outubro. Algumas inteligências televisivas dizem que é o verão de S. Martinho. Não é. Em primeiro lugar, ainda não estamos no S. Martinho (e isso conta muito!). Em segundo lugar, o verão de S. Martinho foi uma nesga de bom tempo, derivada de uma boa ação, que deu tréguas a um homem à chuva, com frio, e ao próprio do Martinho que, na altura, ainda não era Santo. Verão de S. Martinho não são 20 e tal °C em Novembro; é um dia solarengo no meio dos dias (que deviam ser frios) em meados do mês. Ah e tal mas há uma explicação meteorológica para o evento. Ok, há. Para um evento, relativamente fechado no tempo; não para 2 meses de extensão do verão. Não para uma ponte cega entre o verão e o inverno. Este calor desmedido não vem só desse fenómeno, nem de boa ação nenhuma, antes pelo contrário! São as alterações climáticas, o aquecimento global, que existem única e exclusivamente porque o indivíduo Homem se esquece (ou não quer

Às vezes gostava de ser um bocadinho menos igual a mim

Todos temos a nossas coisas. O nosso feitio. Saímos à mãe, ao pai ou a outro familiar qualquer, mas o nosso cunho pessoal está lá. Podemos ser muito parecidos com alguém mas, nunca seremos iguais. Mesmo que acostumados a capas, máscaras ou outros disfarces, todos temos um lugar, uma circunstância ou uma conjugação destas ou de outras condições em que agimos ao natural, em que somos nós mesmos, sem disfarces. Transparentes como água, para o bem e para o mal. Tipicamente isso acontece quando nos sentimos à vontade em determinada situação; um dos locais em que isso acontece é em nossa casa. Hoje em dia parece que isso acontece cada vez menos. Vivemos num mundo digital, onde metade da vida é online e, à distância, bem sabemos, podemos ser e dizer o que quisermos. Podemos ser heróis ou vítimas, conforme der mais jeito. Somos especialistas em tudo e temos sempre uma opinião a dar (normalmente, achamos nós, a opinião "certa"). Acontece cada vez menos, mas logicamente que tem de acon

(M/F) ou a estupidificação do género

Precisa-se mecânico(a) para oficina automóvel em Freixo de Espada à Cinta. Ou Precisa-se mecânico (M/F) para oficina automóvel em Freixo de Espada à Cinta. Senão importa o género, porquê a necessidade de o indicar? Precisa-se mecânico para oficina automóvel em Freixo de Espada à Cinta. E pronto. Até se gastam menos letras. Já lá vai o tempo em que aceitar mulheres em determinadas profissões e homens noutras era "uma cena"... Também se começa a ver M/F/D... Então e o "D"?... Bem, as iniciais na verdade estão em inglês: M - male F - female D - disabled Originalmente corresponderia a uma oferta de emprego para homens, mulheres ou pessoas com deficiência que, aparentemente, não têm género. Há ainda uma outra tipologia, M/F/D/V, em que o "V" identifica veteranos de guerra, o que, na América, é por si só um estatuto. Agora, nestes tempos modernos, parece que o "D" também pode ser diverse , abrangendo assim a neutralidade de género. Uma vez mais, senão

Se chover, é água

A vida não é uma Gala dos Globos de Ouro. Não é um vestido sem costas, nem um salto alto. Não é uma gravata ou um colete excêntrico. A vida não é gente magra, feliz e sem problemas. Nem gente bonita, bem penteada e de discurso estudado. A vida é uma brisa que corre. Com sopros alegres, mas com muitos sopros tristes. A vida é como um roupeiro. Com roupa velha, confortável, mas também com roupa de festa, daquela que esconde as tristezas. A vida são as pessoas que a vivem. A magras, as gordas, as bonitas, as feias e as assim-assim. Nenhuma é mais importante que outra, embora, muitas vezes, pareça que sim. A vida é imperfeita. Mas perfeita na sua imperfeição. Tem altos, tem baixos e círculos de acontecimentos que parecem infinitos. Mas não são. A vida tem problemas, mas também tem soluções. A vida é um improviso. Cabe-nos escolher a roupa adequada à brisa de cada dia, a atitude perante cada problema. E, se chover, é água; que é mole e capaz de furar pedra dura, mas que também  seca e desap

Nascem, crescem e morrem sem a alegria de fazer merda e poderem rir-se disso sem ter de olhar por cima do ombro

São idolatrados... E têm súbditos (o que, nos dias que correm, me faz muuuitaaa espécie). São, aparentemente, perfeitos. Não fazem merda como nós. A roupa não tem um vinco - muito menos uma nódoa - os sapatos não magoam os pés e o penteado nunca se desmancha. Assumem cargos só porque nasceram. Não importa que não tenham competência, foram treinados toda uma vida. Príncipes e Princesas, Reis e Rainhas (uns com mais sorte que outros!), deste nosso estranho Mundo, vivem uma espécie de conto de fadas, meio novela. Nascem, crescem e morrem sem a alegria de fazer merda e poderem rir-se disso sem ter olhar por cima do ombro. Costas direitas, roupa XS (a morarquia, quando engorda, só o faz em idades muito tardias), discursos controlados (às vezes!) e sem demonstrar emoções. Trezentos mil filhos, todos de lacinhos na cabeça ou meias até ao joelho onde bate a baínha do imaculado calção azul escuro. E morrem todos "serenamente", alguns durante o sono (parece que isso é comum a todos os

Atirei o pau ao gato

Nunca pensei muito no que cantava, portanto, o facto de se tentar matar um gato com um pau nunca me fez espécie. Nem a mim, nem a ninguém; não venham com a ideia iluminada de querer mudar as letras destas canções populares infantis, para não influenciar negativamente as criancinhas, que isso comigo não pega. Já tive muitos gatos e nunca pensei em bater em nenhum. Mas este texto não é sobre isso. Depois de, arrisco, mais de 30 anos, olhei para a letra do clássico "Atirei o pau ao gato" com 'olhos de ver' e descobri aos 36 anos de idade que não foi "cuberru" (fosse lá isto o que fosse...), mas sim "com o berro" do malfadado gato que a D. Chica se assustou. Significa, portanto, que os gatos berram. Li agures alguém comparar isto a quando, em miúdos, cantávamos em "inglês" sem saber uma única palavra. Sim, está ao mesmo nível. A ingenuidade linguística tem sempre uma certa piada. Eram tempos mais simples. Nem as pistolas de água faziam mal a

Festas em Honra de NS da Guia - AHBV Golegã

 

Batismo de (quase) voo

Quem me conhece sabe que não gosto de coisas muito radicais. Não vou à bola com grandes velocidades, o máximo que andei à boleia numa mota foram 15Km/h à volta de uma casa e, sozinha, também não passei disso (em linha reta q.b.). Descer um rápido não me puxa, bem como não me puxa uma montanha-russa. Escaladas nem vê-las, nem arborismo, coastering e nunca me apanharão viva a fazer slide . Uma simples descida de bicicleta é feita por mim sempre com as mãos nos travões, por isso esqueçam lá quedas livres, para-quedismo ou  bungee jumping . Resumindo: sou alérgica a tudo aquilo que não consigo ou não sei controlar e que considero que pode facilmente matar-me. Fui daquelas crianças que nas feiras só andava nos carrinhos de choque e naqueles carrocéis básicos, com cavalinhos e chávenas, que estão em todas as feiras. Nunca pedinchei para andar em mais nada, nem no mítico Canguru, que também está em todas. Esta semana, já com 36 anos em cima, perdi o amor a 4€ e andei no Dragão (para quem even

Corremos para tudo e nunca chegamos a lado nenhum

Corremos para apanhar o autocarro ou o comboio, corremos porque "tenho que me levantar às 6h para conseguir chegar ao trabalho antes das 9h", corremos para fazer o jantar, vamos à pressa ao supermercado porque temos que chegar a casa com as minis antes de começar a bola e corremos para tantas outras merdas que, na verdade, não têm qualquer relevância nas nossas vidas. Corremos para tudo e nunca chegamos a lado nenhum. Porque embora o autocarro, o emprego, o jantar,... os compromissos em geral tenham à sua importância, não têm a mesma que a nossa saúde nem que aqueles de quem gostamos. Raramente corremos para ir visitar um familiar ou um amigo:  "Fica para a próxima ", "Quando cá voltar com mais tempo" , "Um dia destes", "Epa, nunca mais fizemos nada, temos que combinar isso" ... E assim vamos andando a adiar sabe-se lá o quê. Muitas vezes adiamos já a saber que nunca o vamos fazer, é incrível não é? Incrível e triste. Depois vai haver u

34+2

Parece que ainda não é desta. A festa dos 35 anos, adiada do ano passado, vai ser adiada de novo, para 2023. Embora o COVID esteja "melhorzinho" (ou, pelo menos, é nisso que querem que acreditemos), continuo à espera de sítio para a festa. Podia alugar o pavilhão do Arneiro (se ainda existisse), pedir o Cine-Teatro à CMG (se estivesse em condições) ou simplesmente ir para o Equuspolis (rezando para ninguém cair do passadiço), mas o que queria mesmo, mesmo, era o meu quintal. Meu. É pedir muito? Estou há 2 anos à espera graças a uma cambada de nhurros incompetentes e vigaristas que, um dia destes, talvez se arrependam involuntariamente e aprendam uma lição. Recuso-me a comer e calar como me recuso a somar dígitos sem fazer a festa no meu quintal. E vou fazer milhentas listas, planos e contas e há-de ter uma banda e só não vai ter seguranças à porta como num delírio antigo porque, felizmente, medo, só tenho de cães. Animais com capacidade de raciocínio (ainda que não utilizada)

O sentido de todas as coisas (ou, apenas, um reality check)

Passamos a vida a queixarmo-nos dela. Se trabalhamos na coisa X, gostávamos mesmo era de trabalhar na Y. Se nos calhou na rifa um paninho de cozinha, queríamos mesmo era uma colher de pau. Se eu tivesse isto, fazia aquilo (e muito melhor que o outro, claro!) Enfim... Parece que estes "ses" fazem de nós especialistas em tudo. Sentimo-nos no direito de questionar as ações dos outros só por que "se fosse comigo... ai se fosse comigo!..." Somos inconformados e ainda bem. É essa sensação de que tudo está mal que nos faz querer fazem bem (ou devia!). Na verdade, a vida não é um mar de rosas mas também não é uma coroa de espinhos. Temos que saber levá-la com equilíbrio senão fritamos a pipoca. Não está tudo mal. Mas também nada é perfeito (nem nunca será!). No dia em que acharmos que tudo é perfeito, desleixamo-nos. Andamos na corda bamba e o que nos equilibra é o mal VS o bem, o mau VS o bom, o bonito VS o feio, o imperfeito VS o perfeito,... Seja lá isso o que for, para

Deus te acrescente, que tens que dar para muita gente. Deus te dê a virtude que eu, por mim, já fiz o que pude.

Pode não se dizer exatamente assim. Mas foi assim que aprendi e é assim que vou dizer sempre...

O lápis azul dos novos anos 20

E eis que, quando pensava que não podia piorar, piorou. Estamos numa Era estúpida. Em que se tem que andar em "pezinhos de lã" para nao ferir susceptibilidades. Não se pode dizer que algo é de rapaz ou rapariga, porque isso é discriminar por género. Se bem que o género parece que afinal também não pode existir. Não nascemos com um rótulo e, afinal, isto é tudo  gender-free. Nem podemos sequer fazer um elogio, porque, agora, qualquer piropo é assédio sexual. Enfim... O pináculo de tudo isto é o anuncio da Renault. Que vende carros mas publicita bicicletas, não vão o PAN ou os Verdes cair-lhes em cima por causa das emissões de gases ou, simplesmente, por venderem carros mesmo. Na verdade, é porque a Lei francesa agora assim o exige.  Ou talvez seja, afinal, o anúncio da Veet. Que há já não sei quantos anos vende tudo e mais um par de botas para tirar pêlos de várias zonas do corpo, de várias formas diferentes, e agora 90% do anúncio é a marca a tentar justificar-se por isso com

...há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada...

  "Cada um que passa pela nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada um que passa pela nossa vida, passa sozinho mas não vai só, nem nos deixa sós; leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada; há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada. Essa é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso." O Principezinho

Pós-graduação pela Escola da Vida

A Escola da Vida ensina muitas coisas; devia ser possível obter diplomas. Estes quase 2 anos de experiência em obras já davam para uma pós-graduação. Aprende-se muito com o exemplo; aprende pois. Principalmente de como não se devem fazer coisas. Pós-graduação ou, pensando melhor... As matemáticas todas já eu tenho, devia pedir equivalências para o resto e ficava com duas engenharias!! Sejam felizes, sonhem e... riam para não chorar!

Homem... Não pode ser.

O homem tem que ter um trabalho para sustentar a casa . A mulher pode não ter mas, se tiver, não pode ser mais importante que o do homem. Não parece bem o homem ser menos que a mulher. E claro, ele deve ganhar mais, porque tem um trabalho mais importante que o dela, o contrário não pode ser. O homem tem que ser mais forte que a mulher. A mulher não pode ser mais forte porque assim sobressai a fraqueza do homem. E, se por acaso, a mulher for mais forte, não o deve demostrar para ele não ficar mal visto porque isso não pode ser. Um homem não usa cremes nem pomadas. Isso é de maricas. Não pode ser. A mulher é que se besunta toda. Homem que é homem  não precisa dessas merdas nem que se queime no fogareiro. Se há um mais gordo, tem que ser o homem. A mulher não pode ser mais gorda que o homem. Se for, parece que ele não teve habilidade para arranjar alguém e parece que vai ser engolido por ela. Fica diminuído perante os outros e isso não pode ser. O homem tem que ser mais alto que a mulher.

#pandemia #guerra

E eis que a vida entra em loop. Numa rotina mais cansativa que a habitual porque, habitualmente e mesmo não o fazendo, podíamos variar qualquer pequena coisa, se nos apetecesse. Agora não o podemos fazer e, por isso, parece tudo pior. Isto não é verdade absoluta, bem sei. Para alguns parece que já não há Pandemia e a vida corre normalmente. Bem, tão nornal quanto possível, porque com o combustível a +2€/L e com as restantes consequências da Guerra, não pode have grande normalidade. Sejam felizes, distraiam a cabeça dentro do possível e... Sonhem! Porque, pelo menos em sonhos, somos aquilo que quisermos ser e vamos onde quisermos ir.

20-20 ou os limites da paciência

Era o ano de todas as coisas. 20-20, diziam "eles". Ia acontecer tudo nesse ano. E aconteceu. Só que não foi o que se esperava. Eu esperava ter tido um Natal diferente... E nada. Depois percebi que não ia sequer poder esperar uma Páscoa'21 diferente. Mas, caramba, continuo a esperar o verão'22, ai se continuo!... Ou vai, ou racha. Podem escrever. E aqui para estes lados quando racha não é agradável... Mas já percebi que o 'mal' é eu ainda esperar alguma coisa... Agora vou com tudo e não facilito. #saidafrente O mal nunca pode ser a ambição, o sonho, a preparação, o plano, a expectativa. O mal é não gerir bem as expectativas dos outros. Ambicionar, sonhar, planear, são coisas boas. Mas quem está à nossa volta e tem, direta ou indiretamente, um papel ativo na concretização dos nossos sonhos, não pode prometer algo que não tem (condições) para cumprir... Aí torna-se tudo num pesadelo, por muita preparação que tenha havido. O vírus, infelizmente, chegou sem avisar

saudade, saudade... Mas é o Ginger Ale que não me sai da cabeça. Why?

Não sou nenhuma entendida em música e confesso que a primeira vez que ouvi o tema "Ginger Ale" nem achei muita graça. Achei os temas "Why?" e "Corpo de Mulher" bastante poderosos. Achei que sentiria o mesmo por qualquer que fosse o tema do FF mas, afinal, o tema dele não me "puxou". O tema "saudade, saudade", embora tenha uma história bonita e fale de um sentimento do qual partilho, não me despertou propriamente a atenção e, aliás, achei que não se destacou dos restantes.  Não sou entendida em música nem no Festival: não sei o que faz uma canção ser ou não "festivaleira". Na verdade, também não sei se o resto da Europa sabe ou sequer se está definido. Já vários géneros distintos ganharam o Festival. Tivemos temas bastante divertidos mas que funcionam melhor percebendo a letra; os temas mais melancólicos acabam por conseguir transmitir melhor o sentimento mesmo quando não se percebe patavina do que se diz. Portanto, vá-se lá sa

F* YOU, PUTIN!

[Versão Portuguesa] Todos se devem recordar, dos seus tempos de escola, daquele miúdo que ameaçava os outros. Tipicamente rapaz (deve ser da testosterona), era o terror da escola e todos lhe prestavam vassalagem, fosse por que fosse. Ele, do alto da sua confiança e do seu ego de macho alfa, tratava os restantes abaixo de cão e, quanto mais medo se lhe mostrasse, mais o papo dele inchava.  (Agora chama-se bully, no meu tempo era só um puto estúpido, com a mania que era mau, que às vezes batia nos outros e de quem os outros tinham medo.) Na minha escola esse miúdo era o L. Tremia só de o ver ao longe. Toda a gente tinha medo do L. e o L. ganhava mais força quantas mais pessoas amedrontasse. Era uma lenda para os mais novos, no mau sentido. O passa-palavra ajuda sempre bastante a espalhar e, principalmente, a empolar estas coisas. "Ui... É 'O' L.." (Como se o L. não fosse igual aos outros putos... Era, só que mais parvo. Mas naquelas idades não temos discernimento sufici