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Mensagens

A mostrar mensagens de 2020

E, de repente, tive saudades

Com a mesma ingenuidade de uma criança que, sem saber, gosta de tantas coisas simples, percebi como essas coisas simples fazem tanta diferença e, de repente, tive saudades. Do rádio-despertador que rodava as "placas" dos numeros; Das febras no tacho;  Do chilrear das rolas pela manhã; De ir ao "Bacalhau", ao Pinheiro, à Chamusca e sei lá onde mais; Dos serões à lareira a derreter chumbo para a pesca; E a empatar anzóis; Da pizza no forno de lenha feita com a massa do pão; De ir à pesca; Dos jogos de futebol ao serão; E do espelho para ver a TV ao longe; Da revista do "Correio da Manhã"; Do som da máquina de costura; Da TV velha que tive direito a ter no quarto; Da mesinha de apoio com tampo em acrílico; Do Rambóia; Do copo de água morna do esquentador, no inverno; Da cor e do cheiro dos dias chuva; De ver passar a ferro a ouvir telefonia; Das uvas; Dos gatos da vizinha que me roubavam os brinquedos; Das barracas; Das lojas; Das couves cruas; Do cheiro da c

Cabeça de acho chocho ou não me venham com merdas

Tenho que aprender a escrever quando as ideias me vêm à cabeça. Ou, pelo menos, a tirar notas. Senão acabo como agora, tinha um tema "daqueles" prontinho a ser descascado e agora só resta um vazio que até faz eco. A minha cabeça já não é o que era. Enfim... [E eis que quando achei que estava tudo perdido... o eco trouxe alguma coisa de jeito]  Não me venham com merdas. Morre alguém e 'bora lá escrever no mural do Facebook da pessoa. "Não, não é para os outros verem. É a minha forma de partilhar a tristeza e de mostrar à pessoa o quanto gostava dela e a falta que ela me faz". Então porque não envias mensagem privada, meu otário?! (Eu nem sabia que no céu havia net mas, pelos vistos, há!). E, pior que isto, é toda uma obrigação que nasceu com os lacinhos pretos: "Já viste, morreu o pai e não pôs luto". WTF?! Há uma mística à volta do Facebook que me transcende: primeiro, é só juízes, que acham sempre que têm a verdade e a razão  na ponta da língua. Depoi

100 Anos de Amália

Não estava cá há 100 anos, nem há 50, mas já cá estava há 21 com discernimento suficiente para perceber que tinha morrido uma pessoa importante. Comemora-se o seu nascimento, não a sua morte. Mas, com a morte, o nascimento parece que se torna secundário. Esta senhora foi falada nos "4 cantos" do Mundo quando ainda não havia Facebook, Twitter ou Instagram. Numa altura em que ainda era difícil partilhar coisas com pessoas de uma cidade a 300Kms, quanto mais de outro continente. E o Mundo só as aceitava se fossem mesmo boas. Goste-se ou não de fado, Amália é uma figura incontornável na história do nosso país. Levou Portugal pelo Mundo fora e teve uma fama quase estratosférica. Eu gosto de fado e gosto de Amália. E acho que todos devíamos ter orgulho nela. Sejam felizes, experimentem ouvir fado e... Sonhem!

Não tenho nada. Ou, se calhar, tenho tudo.

"Não tenho nada para vestir..." - resmungo eu, a olhar para o roupeiro. Irónico, não? O roupeiro cheio e eu acho que não tenho nada para vestir. Quando se tem tudo e falta qualquer coisa, parece que não se tem nada. Não tenho a-q-u-e-l-a peça de roupa. Aquela que eu nem sei bem qual é. Realmente só se quer o que não se tem. Mas tenho tantas outras. As que visto muito, as que visto pouco e até as que não visto. É assim com a roupa e com tantas outras coisas. Vi um refugiado na TV a dizer que não tem nada. Ele sim não tem nada. Eu tenho tudo. E não sei como é não ter tudo. Sejam felizes e aproveitem as pequenas coisas. Não ambicionem ter em demasia, porque não vão aproveitar metade.

"Cornovírus" - desculpa Monchique!

Em fevereiro, quando o 'novo corona vírus' ainda era só uma daquelas coisas distantes que dão no telejornal, daquelas que nunca chegam ao nosso cantinho, o Joaquim Monchique brincou chamando-lhe "cornovírus" na brilhante peça 'Mais respeito que sou tua Mãe!'. Desculpa Monchique, mas nessa noite, como diria um colega meu, plantaste a sementinha no mal em mim e a partir daí roubei-te o "cornovírus"! Se tivesse sido duas semanas depois talvez já não tivesse ido ao Porto e talvez lhe chamasse agora outra coisa! Não que morra de amores pelo bicho mas, se é para termos qualquer coisa, ao menos que tenha graça. E "cornovírus" tem, pelo menos para mim. Podia dissertar acerca do tema e dizer que com este vírus já muitos estavam infetados, com um ou mais valentes pares de cornos na testa; mas o cabrão do bicho está a todo um nível acima do adultério. É que nem precisas tocar, o bicho pega com qualquer espirro mais descontrolado. E pimba, apanhas