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Verão de S. Martinho (ou microplásticos no cu)

Está calor. Demasiado para Novembro. Como esteve também demasiado em Outubro.

Algumas inteligências televisivas dizem que é o verão de S. Martinho.

Não é.

Em primeiro lugar, ainda não estamos no S. Martinho (e isso conta muito!).

Em segundo lugar, o verão de S. Martinho foi uma nesga de bom tempo, derivada de uma boa ação, que deu tréguas a um homem à chuva, com frio, e ao próprio do Martinho que, na altura, ainda não era Santo.

Verão de S. Martinho não são 20 e tal °C em Novembro; é um dia solarengo no meio dos dias (que deviam ser frios) em meados do mês.

Ah e tal mas há uma explicação meteorológica para o evento.

Ok, há. Para um evento, relativamente fechado no tempo; não para 2 meses de extensão do verão. Não para uma ponte cega entre o verão e o inverno.

Este calor desmedido não vem só desse fenómeno, nem de boa ação nenhuma, antes pelo contrário! São as alterações climáticas, o aquecimento global, que existem única e exclusivamente porque o indivíduo Homem se esquece (ou não quer lembrar) que, quando morrer, o Mundo ainda aqui fica para mais uns quantos viverem. Resta saber como e até quando. O que fazemos hoje tem consequências; algumas atingir-nos-ão, outras, os nossos tetranetos ou coisa que o valha. Eu sei, ninguém conseguer ver tão para a frente, ninguém imagina ter tetranetos. Nem ninguem quer saber se vão nascer com microplásticos no cu. Então vamos pensar ao contrário: se os nossos tretra-avós não tivessem desencantado o primeiro polímero sintético e começado toda uma nova era "plastificada"... Ah pois, assim é mais fácil, não é? (Quando nos toca é sempre diferente, mas microplásticos no cu dos outros é refresco)

E o que raio tem o plástico a ver com o calor?

Não tem nada, ou talvez tenha qualquer coisa. Como diz 'o outro': está tudo ligado.


Sejam felizes e façam, pelo menos, a vossa parte. Não se esqueçam que o Mundo não é só vosso. É como um condomínio, onde poucos se importam quando o seu saco do lixo pinga no chão da entrada do prédio, ninguém apanha um papel do chão do elevador, mas todos reclamam disso. Aqui, sonhar, vale de pouco.

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