Avançar para o conteúdo principal

Homem... Não pode ser.

O homem tem que ter um trabalho para sustentar a casa.

A mulher pode não ter mas, se tiver, não pode ser mais importante que o do homem. Não parece bem o homem ser menos que a mulher. E claro, ele deve ganhar mais, porque tem um trabalho mais importante que o dela, o contrário não pode ser.

O homem tem que ser mais forte que a mulher.

A mulher não pode ser mais forte porque assim sobressai a fraqueza do homem. E, se por acaso, a mulher for mais forte, não o deve demostrar para ele não ficar mal visto porque isso não pode ser.

Um homem não usa cremes nem pomadas.

Isso é de maricas. Não pode ser. A mulher é que se besunta toda. Homem que é homem  não precisa dessas merdas nem que se queime no fogareiro.

Se há um mais gordo, tem que ser o homem.

A mulher não pode ser mais gorda que o homem. Se for, parece que ele não teve habilidade para arranjar alguém e parece que vai ser engolido por ela. Fica diminuído perante os outros e isso não pode ser.

O homem tem que ser mais alto que a mulher.

A mulher não pode ser mais alta que o homem. Senão parece que ela é que manda nele e isso não pode ser. É ela que sobressai e ele parece uma criança levada pela mão. E isso não pode ser.

O homem é que tem a última palavra.

Ele é que sabe o que se faz, como e quando. A mulher não põe e dispõe como quer, isso não pode ser.

O homem não cozinha, nem trata da roupa ou da casa.

Isso são coisas de mulher. Nenhum homem deve ser apanhado vivo com um tacho, ferro ou vassoura na mão. Isso não pode ser. São tarefas demasiado insignificantes e fracas para serem feitas pelo sexo forte.

O homem não sabe onde se guardam as coisas menores.

Não sabe se existe uma caixa de costura em casa porque, tal como com as instruções de qualquer coisa comprada desmontada, não precisa dela. A mulher é que cose meias, ele só as calça. Não sabe onde estão os primeiros socorros porque não precisa, ele nunca se magoa. Um penso no dedo é coisa de mulher. Como calçar umas luvas. Não pode ser.

O homem gosta futebol.

Tem que gostar e falar disso.

O homem é que conduz.

A mulher vai sempre à pendura, mesmo que tenha carta. Porque ele é que sabe melhor o caminho e conhece melhor o carro. Ela nunca o pode conduzir a ele, porque a mulher não pode ter essa superioridade e porque não conduz melhor que o homem. Isso não pode ser.

O homem não veste cor de rosa.

Isso é cor de mulher. Ou de maricas.

O homem não tem que escolher a decoração da casa.

Essas paneleirices ficam para a mulher que, na verdade, é quem vai limpar o pó às coisas depois.

Ah! E tem que haver um homem. Senão... Não pode ser.

#menoscenasdoséculopassadoplease

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Inveja...

Há quem diga que a inveja é uma coisa muito feia...! Eu digo apenas que pode ser um ponto de partida para se ambicionar ter, ser ou fazer mais alguma coisa. Claro que, como tudo, quando é demais não se torna saudável, mas cabe a cada um controlar os seus impulsos invejosos. Querer ter, ou ser, aquilo que o outro tem, ou é, pode levar-nos a uma luta constante e até produtiva para nos superarmos e conseguirmos mais. Por outras palavras, a inveja boa é uma ambição controlada, que nos leva a trabalhar para alcançar determinados objectivos (valham estes a pena, ou não, aos olhos dos outros). Até porque aquilo que os outros pensam só devia ter importância até certo ponto. Até ao ponto de passagem entre o que nos torna pessoas melhores e o que faz de nós fantoches nas suas mãos. Há que diga que a inveja é uma confissão de inferioridade...Eu digo que é ambicionar alcançar determinado objectivo que nos faz sentir melhor, seja porque for... Não necessariamente porque "Se fulano-assim-assim ...

A felicidade que pode ser perdermos a clareza de ideias

Os velhos, às tantas, não dizem coisa com coisa. Misturam assuntos. Dizem que fizeram isto e aquilo sem terem feito nada. Não sabem onde estão ou o que estão lá a fazer. Dizem que falaram com A, B ou C, que já estão a fazer tijolo há muito tempo. Que foram aqui e ali sem na verdade terem saído do lugar. Julgam que os vão levar para casa em breve. Parecem estar noutro mundo ou na lua. Nem que seja apenas por breves instantes. Segundos de trevas que parecem interromper a luz. Ou será ao contrário? Talvez seja da velhice. Talvez seja dos medicamentos.  Talvez. Talvez seja sem querer mas, em certa medida, propositadamente. Que também eu perca a clareza e o discernimento quando eles já não me trouxerem benefício algum.

Ponham no Facebook, no Instagram, no Tiktok ou...

Felizmente, nasci antes de existirem redes sociais e telemóveis. Sou do tempo em que as pessoas falavam umas com as outras e em que um rolo de 24 fotografias dava bem para 15 dias de férias no Algarve. Já ninguém sente a alegria (ou a desilusão) de ir buscar as fotos reveladas ao fotógrafo e encontrar umas quantas surpresas: umas tremidas, outras descentradas, algumas boas e ainda algumas tiradas sabe-se lá por quem. Não, já ninguém sabe o que isso é. Hoje em dia ninguém tem paciência para esperar por nada, quanto mais por revelação de fotos. Seguia-se o ritual de as colocar no álbum, fosse no oferecido pelo fotógrafo ou outro. Mas não sem antes escrever no verso de cada foto o local e a data de cada uma: Manta Rota, Agosto de 1992. Os álbuns ficavam religiosamente guardados num qualquer móvel, em casa. Nas gavetas ou nas prateleiras, conforme coubessem. E cabia sempre mais um. De vez em quando uma pessoa lá se lembrava (e lembra!) da sua existência e os álbuns saem do armário para que...