Avançar para o conteúdo principal

(M/F) ou a estupidificação do género

Precisa-se mecânico(a) para oficina automóvel em Freixo de Espada à Cinta.

Ou

Precisa-se mecânico (M/F) para oficina automóvel em Freixo de Espada à Cinta.

Senão importa o género, porquê a necessidade de o indicar?

Precisa-se mecânico para oficina automóvel em Freixo de Espada à Cinta.

E pronto. Até se gastam menos letras.
Já lá vai o tempo em que aceitar mulheres em determinadas profissões e homens noutras era "uma cena"...

Também se começa a ver M/F/D... Então e o "D"?...
Bem, as iniciais na verdade estão em inglês:
  • M - male
  • F - female
  • D - disabled
Originalmente corresponderia a uma oferta de emprego para homens, mulheres ou pessoas com deficiência que, aparentemente, não têm género.

Há ainda uma outra tipologia, M/F/D/V, em que o "V" identifica veteranos de guerra, o que, na América, é por si só um estatuto.

Agora, nestes tempos modernos, parece que o "D" também pode ser diverse, abrangendo assim a neutralidade de género. Uma vez mais, senão é relevante, porquê especificar? Para a empresa mostrar que é muito moderna e de 'mente' aberta?

Enfim...

Às vezes acho que se complicam demais as coisas. Não se pode dizer nada, mas também se deve dizer tudo.

Descompliquem.

A empresa precisa de alguém que saiba arranjar carros... Vai demorar mais tempo a perceber como deve escrever o anúncio, para ser inclusivo e não ofender ninguém, do que a contratar a pessoa (ou talvez não!!).

E eu nem conheço Freixo de Espada à Cinta, não me batam se não precisarem de mecânicos por lá.  

Estas lições de moral do século XXI são qualquer coisa...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A felicidade que pode ser perdermos a clareza de ideias

Os velhos, às tantas, não dizem coisa com coisa. Misturam assuntos. Dizem que fizeram isto e aquilo sem terem feito nada. Não sabem onde estão ou o que estão lá a fazer. Dizem que falaram com A, B ou C, que já estão a fazer tijolo há muito tempo. Que foram aqui e ali sem na verdade terem saído do lugar. Julgam que os vão levar para casa em breve. Parecem estar noutro mundo ou na lua. Nem que seja apenas por breves instantes. Segundos de trevas que parecem interromper a luz. Ou será ao contrário? Talvez seja da velhice. Talvez seja dos medicamentos.  Talvez. Talvez seja sem querer mas, em certa medida, propositadamente. Que também eu perca a clareza e o discernimento quando eles já não me trouxerem benefício algum.

Desiludem-me, portugueses

Tinha-vos em melhor conta. Mas, afinal, vota-se em quem destila ódio. Toda a gente sabe que isso é sinal de se ser mais capaz. Quem grita mais tem mais razão. Claro. Como não sou eu capaz de ver isso?... Vota-se em quem faz a conversa de café. Quem manda os outros para a terra deles, como se nós nunca tivéssemos ido para a terra de ninguém. E como se não nos fizessem falta alguma. Vota-se em quem manda trabalhar os malandros, os chupistas da sociedade que não fazem nenhum e vivem à mama. E são tantos. Incluindo os que não interessam para a estatística. Vota-se em quem diz o que se quer ouvir, sem pensar nas consequências disso. Vota-se sem pensar se quem diz o que se quer ouvir, consegue realmente fazer o que é preciso. Mas o voto é livre, tal como a opinião. Por isso, cada um saberá de si - assim espero. Julgo, no entanto, que muitos professores de História estarão agora a levar as mãos à cabeça, pensando que, afinal, não conseguiram ensinar nada a ninguém. Nem mesmo aos que passaram ...

Nem tudo o que enche o estômago enche o coração

Sempre gostei de massa. Qualquer que seja, não importa o tamanho ou o formato. Não sou esquisita quanto à aparência da dita cuja, gosto de massa e pronto. Há quem prefira arroz, mas eu gosto mais de massa. É por isso que o Mundo não tomba, como se costuma dizer. Se agora viessem com aquelas teorias (como tantas vezes quanto a tantas outras coisas) de que o arroz afinal faz mal; se me dissessem que a partir de agora só podia comer massa... Era para o lado que dormia melhor. Venha ela. Mas isto não é de agora. Foi sempre assim. Muitos serões em casa da minha Avó S. foram acompanhados de esparguete para a ceia. Não porque fosse regra da casa, mas porque eu tinha fome e que melhor do que ir comer esparguete?? Já tinha idade para mexer no fogão (hoje em dia demora-se mais a poder mexer no lume) e lá ia eu para a cozinha pegar num tacho muito reles (a bem dizer, numa caçarola) que desconfio que a minha Avó comprou na Galinha Gorda ou coisa que o valha. "Lá vai ela comer massa" O ta...