Avançar para o conteúdo principal

O(s) rosto(s) da urgência de um hospital

Rostos perdidos, de quem não sabe o que fazer.

Rostos desorientados, de quem não sabe para onde ir.

Rostos felizes, de quem vem por boas notícias.

Rostos tristes, de quem não.

Rostos sôfregos, de quem já teve melhores dias.

Rostos pálidos, de quem parece estar mais para lá.

Rostos apáticos, de quem veio sem saber que está cá.

Rostos silenciosos, de quem grita por dentro.

Rostos cansados, de quem todos os dias ajuda os perdidos a encontrar o caminho, orienta os desorientados e traz esperança a quem pensava já não haver solução.

Rostos indiferentes, de quem não pode ver com o coração.

Rostos preocupados, de quem não sabe o que aconteceu.

Rostos incrédulos, de quem ainda não sabe bem como.

Rostos impacientes, de quem não é capaz de aguentar mais a calma dos outros.

Rostos aliviados, tanto de quem entra como de quem sai.

Rostos desesperados, de quem não sabe como vai ser agora.

A urgência é isto. É perda e desorientação. Pode ser felicidade, mas muitas vezes é tristeza.

É sofreguidão, apatia, cansaço.

É tanto indiferença quanto impaciência.

É preocupação e incredibilidade.

Muitas vezes, é alívio.

Outras tantas, desespero.


Depende sempre de que lado estamos a vê-la.

E de como podemos (ou conseguimos) olhar para ela.


Obrigada a quem orienta, encaminha, esclarece.

Obrigada a quem limpa, arruma e alimenta.

Obrigada a quem trata e a quem cuida.

Obrigada a quem alegra e dá esperança. 

Obrigada a quem ajuda.

Obrigada.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

A felicidade que pode ser perdermos a clareza de ideias

Os velhos, às tantas, não dizem coisa com coisa. Misturam assuntos. Dizem que fizeram isto e aquilo sem terem feito nada. Não sabem onde estão ou o que estão lá a fazer. Dizem que falaram com A, B ou C, que já estão a fazer tijolo há muito tempo. Que foram aqui e ali sem na verdade terem saído do lugar. Julgam que os vão levar para casa em breve. Parecem estar noutro mundo ou na lua. Nem que seja apenas por breves instantes. Segundos de trevas que parecem interromper a luz. Ou será ao contrário? Talvez seja da velhice. Talvez seja dos medicamentos.  Talvez. Talvez seja sem querer mas, em certa medida, propositadamente. Que também eu perca a clareza e o discernimento quando eles já não me trouxerem benefício algum.

Nem tudo o que enche o estômago enche o coração

Sempre gostei de massa. Qualquer que seja, não importa o tamanho ou o formato. Não sou esquisita quanto à aparência da dita cuja, gosto de massa e pronto. Há quem prefira arroz, mas eu gosto mais de massa. É por isso que o Mundo não tomba, como se costuma dizer. Se agora viessem com aquelas teorias (como tantas vezes quanto a tantas outras coisas) de que o arroz afinal faz mal; se me dissessem que a partir de agora só podia comer massa... Era para o lado que dormia melhor. Venha ela. Mas isto não é de agora. Foi sempre assim. Muitos serões em casa da minha Avó S. foram acompanhados de esparguete para a ceia. Não porque fosse regra da casa, mas porque eu tinha fome e que melhor do que ir comer esparguete?? Já tinha idade para mexer no fogão (hoje em dia demora-se mais a poder mexer no lume) e lá ia eu para a cozinha pegar num tacho muito reles (a bem dizer, numa caçarola) que desconfio que a minha Avó comprou na Galinha Gorda ou coisa que o valha. "Lá vai ela comer massa" O ta...

Dilemas psicológicos...

Quem nunca teve nenhum? São batalhas travadas no canto mais encondido, no sulco mais profundo do nosso cérebro que nos fazem a cada micro-segundo sentir uma felicidade tranquilizadora ou um aperto no coração... Porquê? Porque é que o nosso pensamento não pára antes de sentirmos o tal aperto? Porque não ficamos tranquilos de uma vez? Porque é que depois de sentirmos uns momentos de alívio caem sobre nós os mesmos medos avassaladores? Porquê? Fará sentido tudo isto? Passarmos o dia ansiosos que ele acabe para, pelo menos durante o sono, não termos esses dilemas? Acordar durante a noite a pensar neles? E eles voltarem em força com os primeiros raios de sol? O ser Humano tem a espectacular capacidade de se poder contrariar a si próprio, então... Porque não? ;) A cabeça manda, o corpo obedece. Para o bem. E para o mal... Vamos por de lado todos os pensamentos negativos, que nos deixam em baixo e a olhar para o infinito com a cabeça a trabalhar a 1000 à hora! Pensamento positivo SEMPRE! Pa...