Tinha-vos em melhor conta.
Mas, afinal, vota-se em quem destila ódio. Toda a gente sabe que isso é sinal de se ser mais capaz. Quem grita mais tem mais razão. Claro. Como não sou eu capaz de ver isso?...
Vota-se em quem faz a conversa de café. Quem manda os outros para a terra deles, como se nós nunca tivéssemos ido para a terra de ninguém. E como se não nos fizessem falta alguma.
Vota-se em quem manda trabalhar os malandros, os chupistas da sociedade que não fazem nenhum e vivem à mama. E são tantos. Incluindo os que não interessam para a estatística.
Vota-se em quem diz o que se quer ouvir, sem pensar nas consequências disso.
Vota-se sem pensar se quem diz o que se quer ouvir, consegue realmente fazer o que é preciso.
Mas o voto é livre, tal como a opinião. Por isso, cada um saberá de si - assim espero.
Julgo, no entanto, que muitos professores de História estarão agora a levar as mãos à cabeça, pensando que, afinal, não conseguiram ensinar nada a ninguém. Nem mesmo aos que passaram à disciplina.
Quantas personalidades históricas não estarão agora às voltas nas respectivas campas? E quantos daqueles que, no passado, sofreram às mãos de semelhantes líderes populistas não estarão também às voltas e a lamentar tanto sofrimento em vão?
As pessoas têm memória curta, ou então, pálas nos olhos.
Ambas.
São incapazes de olhar para o passado e projectar o seu futuro. Tal como só olham para o seu pequeno mundo, o seu umbigo, a sua aldeia. Não conseguem ver mais além, olhar à volta, aprender com o exemplo, evitar cometer os mesmos erros.
Parece que a História é como a moda. Cíclica. Pena que nem toda a gente tenha o discernimento suficiente para fazer essa pré-análise evitando a repetição dos maus acontecimentos. Só espero que as consequências não sejam tão más porque essas, meus amigos, essas vão ser para todos.
Desiludem-me os portugueses que ignoraram as aulas de História, os que não vêem para além do seu umbigo, os que só respondem a conversas de café e a gritos de ódio.
Desiludem-me os portugueses que questionam a forma e o conteúdo de líderes internacionais, mas veneram as suas imitações baratas.
Desiludem-me mais ainda todos os portugueses que decidem não votar.
Agora... Bem, agora é aguentar. Em menos dos 4 anos expectáveis vamos estar de novo em eleições certamente. Resta saber em que condições.
#aguentaportugal
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