É preciso ir às compras? Faço uma lista.
Mas são compras para alguma ocasião especial, um jantar, uma festa? Faço primeiro a lista dos convidados, de quantas gramas de carne comem e quantas minis bebem. Só depois sai a lista final das compras.
No sábado vou a Lisboa, mas primeiro passo em Santarém. Crio eventos no calendário. O evento da ida para Santarem, o evento da estadia em Santarém, o evento da ida de Santarém para Lisboa, o evento de regresso à Capital do Cavalo. Tudo tendo em conta o tempo de viagem e os minutos que se demora a sair ou a voltar ao carro. Mais os descontos.
É doentio. Eu sei.
Um dia disse a uma pessoa que quando demoramos muito tempo com o método, algo não está bem.
Mas o método - as listas, os eventos no calendário - são a rede que me permite saltar sem medo. Sem rede, o mais certo é esgatanhar-me para me agarrar a algo seguro ou então ir bater com os cornos no chão. Pelo menos é o que temo, por isso é que previno.
Preciso saber que demoro 5min a chegar ao carro e que, por isso, só arranco às 10h35. Porque só assim sei que chego às 11h20 e que tenho tempo de comer qualquer coisa antes de sair às 14h00.
Mas...
Há quem se organize menos e seja mais organizado.
Tenho que aprender a descomplicar (ninguém diria!...)
Qualquer acontecimento é razão para planear ao minuto (às vezes ao segundo, tudo depende da granularidade que preciso). Vem aquele entusiasmo e começa-se uma lista, a cabeça dá voltas, corrigem-se horários, trocam-se ações, refaz-se a lista. E perdem-se mais horas a planear que a fazer.
Sejam felizes, não se esqueçam que planear é bom - dá-nos segurança - mas não exagerem, senão matam a cabeça mesmo antes de começar e... Às vezes é preciso arriscar e saltar sem rede (ou com uma muito pequenina, vá).
Comentários