Avançar para o conteúdo principal

O fado, aos meus ouvidos...

fado, s.m. destino; sorte; oráculo; fortuna; canção típica lisboeta, de índole lamurienta e fatalista; canção das serenatas dos estudantes de Coimbra, com características de balada; música dessa canção; vida de alcouce; pl. fatalidade; últimos dias de vida. (Lat. fatu).

Não parece fazer sentido que alguém que gosta tanto de Xutos&Pontapés, como eu, goste de fado em igual medida, mas os géneros músicais não são como pólos iguais de ímans, que se repelem... 

Ouço rock, pop, fado, música popular,... De tudo um pouco, depende da disposição. E nenhum género atropela o outro ou lhe dá um Xuto.

Tenho ouvido muito fado ultimamente. Principalmente, tenho ouvido Mariza. Há quem a ame e há quem a odeie; eu encaixo-me no primeiro grupo. Não a vejo como substituta da GRANDE Amália Rodrigues porque, embora ninguém seja insubstituível, todos, uns mais que outros, marcamos o Mundo com a nossa individualidade e individualidade pressupõe um só ser, por muito parecido que seja um outro. Vejo a GRANDE Mariza como o rosto e a voz de um 'novo' fado, ou melhor, de uma nova geração de fadistas que tem sabido defender (bem) o fado tradicional, mas que lhe tem dado um ar mais... Fresco! Novas roupagens, sonoridades atípicas, tornando o fado cada vez mais NOSSO e mais ACTUAL sem nunca perder a sua ESSÊNCIA. Porque a ideia de que fado é para ser ouvido depois dos 50 não faz qualquer sentido. Os jovens também gostam de fado! E o fado tem-se adaptado a eles (ou a nós!) NUNCA deixando de ser O FADO. O mesmo fado que se ouvia há 20 anos atrás, cantado por Amália entre outros GRANDES nomes.

Eu gosto de fado, gosto muito de ouvir Amália, e gosto muito de ouvir Mariza. Não as confundo, nem quero substituir uma pela outra. Cada uma no seu tempo. Este nunca deixou de ser o tempo de Amália, que é INTEMPORAL. Mas é, sem dúvida, o tempo de Mariza. Pelo menos para mim.


Sejam felizes, experimentem ouvir fado e... Sonhem!

Comentários

F i l i p a disse…
Eh pá ouvir fado é que eu não consigo...

Mensagens populares deste blogue

A felicidade que pode ser perdermos a clareza de ideias

Os velhos, às tantas, não dizem coisa com coisa. Misturam assuntos. Dizem que fizeram isto e aquilo sem terem feito nada. Não sabem onde estão ou o que estão lá a fazer. Dizem que falaram com A, B ou C, que já estão a fazer tijolo há muito tempo. Que foram aqui e ali sem na verdade terem saído do lugar. Julgam que os vão levar para casa em breve. Parecem estar noutro mundo ou na lua. Nem que seja apenas por breves instantes. Segundos de trevas que parecem interromper a luz. Ou será ao contrário? Talvez seja da velhice. Talvez seja dos medicamentos.  Talvez. Talvez seja sem querer mas, em certa medida, propositadamente. Que também eu perca a clareza e o discernimento quando eles já não me trouxerem benefício algum.

Dilemas psicológicos...

Quem nunca teve nenhum? São batalhas travadas no canto mais encondido, no sulco mais profundo do nosso cérebro que nos fazem a cada micro-segundo sentir uma felicidade tranquilizadora ou um aperto no coração... Porquê? Porque é que o nosso pensamento não pára antes de sentirmos o tal aperto? Porque não ficamos tranquilos de uma vez? Porque é que depois de sentirmos uns momentos de alívio caem sobre nós os mesmos medos avassaladores? Porquê? Fará sentido tudo isto? Passarmos o dia ansiosos que ele acabe para, pelo menos durante o sono, não termos esses dilemas? Acordar durante a noite a pensar neles? E eles voltarem em força com os primeiros raios de sol? O ser Humano tem a espectacular capacidade de se poder contrariar a si próprio, então... Porque não? ;) A cabeça manda, o corpo obedece. Para o bem. E para o mal... Vamos por de lado todos os pensamentos negativos, que nos deixam em baixo e a olhar para o infinito com a cabeça a trabalhar a 1000 à hora! Pensamento positivo SEMPRE! Pa...

Nem tudo o que enche o estômago enche o coração

Sempre gostei de massa. Qualquer que seja, não importa o tamanho ou o formato. Não sou esquisita quanto à aparência da dita cuja, gosto de massa e pronto. Há quem prefira arroz, mas eu gosto mais de massa. É por isso que o Mundo não tomba, como se costuma dizer. Se agora viessem com aquelas teorias (como tantas vezes quanto a tantas outras coisas) de que o arroz afinal faz mal; se me dissessem que a partir de agora só podia comer massa... Era para o lado que dormia melhor. Venha ela. Mas isto não é de agora. Foi sempre assim. Muitos serões em casa da minha Avó S. foram acompanhados de esparguete para a ceia. Não porque fosse regra da casa, mas porque eu tinha fome e que melhor do que ir comer esparguete?? Já tinha idade para mexer no fogão (hoje em dia demora-se mais a poder mexer no lume) e lá ia eu para a cozinha pegar num tacho muito reles (a bem dizer, numa caçarola) que desconfio que a minha Avó comprou na Galinha Gorda ou coisa que o valha. "Lá vai ela comer massa" O ta...