Num dia frio de Dezembro, há mais de 10 anos atrás, disseram-me assim:
"A tua prenda de Natal tem plástico, pilhas, botões, antena e tem que se fazer um buraco no tecto." (atitude característica da minha mãe, que mata o juízo a qualquer um dando pistas, às vezes estapafúrdias, acerca da prenda que lhe vai dar...)
Na ingenuidade característica de quem nasceu em meados dos anos 80 e tem apenas uma década de existência, imaginei-me na sala da minha avó São sentada no chão, em cima de um plástico transparente que não tinha mais de um metro quadrado, a mexer numa espécie de comando preto que devia ter uns doze botões, como quem usa o rato de um computador. E enquanto isso, olhava admirada para o tecto, pois segundo havia dito a minha mãe, era preciso lá fazer um buraco.
Eu não fazia ideia do que era isto que me vinha à cabeça sempre que pensava numa coisa com plástico, pilhas, botões, antena e buraco no tecto, mas ficava bastante entusiasmada! (como fico ainda hoje, mesmo com pistas estafúrdias)
Agora, ao pensar nisto, vejo o quão ingénua era.
A prenda era uma televisão para o meu quarto. Televisão essa que tinha um comando (a pilhas, claro) e que carecia de um buraco no tecto para passar o cabo da antena.
Eu, não sei como, num tempo em que escasseavam comandos do que quer que fosse, associei botões, plástico e pilhas à maravilha percussora do zapping. Ora vejamos, comando é o nome simples que damos a telecomando; 'tele' significa distância; pois bem, é um comando à distância. Que, neste caso, nos dá acesso fácil ao mundo da caixinha mágica. E televisão é visão à distância. Por onde hoje em dia, na falta da internet, obtemos informação (e merdas que não têm interesse nenhum). É no fundo um meio de comunicação, agora quase nos dois sentidos, na medida em que com o avanço da tecnologia é possível interagir com o dito aparelho; já naquela altura nem por isso...
Resumindo... (senão nunca mais paro de escrever)
Dada a minha tendência natural para a engenhoca, imaginei uma inovação que não sabia bem o que era nem para que servia (nem sequer se existia!), ao invés de imaginar uma boneca a pilhas, um piano de brincar ou outra qualquer coisa normal...
Agora estudo Electrónica e Telecomunicações.
Comentários
LOL
Amo-te Engenheirazinha linda :D @