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Mensagens

Desiludem-me, portugueses

Tinha-vos em melhor conta. Mas, afinal, vota-se em quem destila ódio. Toda a gente sabe que isso é sinal de se ser mais capaz. Quem grita mais tem mais razão. Claro. Como não sou eu capaz de ver isso?... Vota-se em quem faz a conversa de café. Quem manda os outros para a terra deles, como se nós nunca tivéssemos ido para a terra de ninguém. E como se não nos fizessem falta alguma. Vota-se em quem manda trabalhar os malandros, os chupistas da sociedade que não fazem nenhum e vivem à mama. E são tantos. Incluindo os que não interessam para a estatística. Vota-se em quem diz o que se quer ouvir, sem pensar nas consequências disso. Vota-se sem pensar se quem diz o que se quer ouvir, consegue realmente fazer o que é preciso. Mas o voto é livre, tal como a opinião. Por isso, cada um saberá de si - assim espero. Julgo, no entanto, que muitos professores de História estarão agora a levar as mãos à cabeça, pensando que, afinal, não conseguiram ensinar nada a ninguém. Nem mesmo aos que passaram ...
Mensagens recentes

Luizinho, o desgraçado

Coitado de ti, Luizinho, que correste para o abismo. Coitado de ti, Luizinho, que és uma vítima no meio disto tudo. Coitado de ti, Luizinho, que sempre deste o corpo às balas. Coitado de ti, Luizinho, que foste contra o Mundo. Coitado de ti, Luizinho, que não tens noção. Ou talvez tenhas.  Desgraçado de ti, Luizinho. Não. Desgraçados de nós.

Nem tudo o que enche o estômago enche o coração

Sempre gostei de massa. Qualquer que seja, não importa o tamanho ou o formato. Não sou esquisita quanto à aparência da dita cuja, gosto de massa e pronto. Há quem prefira arroz, mas eu gosto mais de massa. É por isso que o Mundo não tomba, como se costuma dizer. Se agora viessem com aquelas teorias (como tantas vezes quanto a tantas outras coisas) de que o arroz afinal faz mal; se me dissessem que a partir de agora só podia comer massa... Era para o lado que dormia melhor. Venha ela. Mas isto não é de agora. Foi sempre assim. Muitos serões em casa da minha Avó S. foram acompanhados de esparguete para a ceia. Não porque fosse regra da casa, mas porque eu tinha fome e que melhor do que ir comer esparguete?? Já tinha idade para mexer no fogão (hoje em dia demora-se mais a poder mexer no lume) e lá ia eu para a cozinha pegar num tacho muito reles (a bem dizer, numa caçarola) que desconfio que a minha Avó comprou na Galinha Gorda ou coisa que o valha. "Lá vai ela comer massa" O ta...

Agarrem-me que eu vou-me a ele! (ou o Jogo da Mala)

Não sei se o senhor roubou ou não roubou alguma coisa. Se roubou, que pague por isso. Se não roubou, pode voltar à sua vida e desculpe lá qualquer coisinha. Mas há demasiadas coincidências, há um aparente desconhecimento do que a mulher faz ou não faz ou vende ou não vende, o que é estranho quando o email da conta da plataforma de vendas em segunda mão seria o do senhor e a foto é de algures perto onde vive. Desde que ela me ponha o jantar na mesa, quero lá saber que ande a vender merdas na Internet. Desde que não me chateie a cabeça está tudo bem. Também não sabe bem se teria lá conta ou não e se foi apagada. A mulher é que sabe e ele coitado ainda não conseguiu falar com ela. É muito difícil comunicar do Continente para as ilhas. Desgraçada da senhora, não tarda tem que ir a uma Comissão de Inquérito. Mas adiante. Parece que os deputados do partido do senhor podem estar ainda mais revoltados do que os desgraçados que ficaram sem as coisas. Tão revoltados, mas tão revoltados, que nem ...

Temos tudo na ponta dos dedos

Quando não haviam serviços de streaming e a internet mal tinha atravessado o Atlântico, nada mais havia senão ver o que dava na televisão, se apanhássemos a tempo, ou ver repetidamente as mesmas cassetes de vídeo. A minha cassete preferida era a da Cinderela ou, visto que era dobrada em Português do Brasil, a Gata Borralheira. Não sonhava com príncipes nem castelos, mas sim com a varinha mágica da fada madrinha que parecia deitar um pó cintilante, em fio. Quantas vezes agitei um pau no ar, a fazer de varinha... Quase posso jurar que os meus olhos viram dele sair o tal pó cintilante. Não, não eram purpurinas. Purpurinas são artefactos para fingir magia. Mas aquilo, ali, aquilo era magia a sério. Cheguei a pensar em formas de conseguir fazer isso acontecer. De conseguir fazer uma varinha mágica com aquele pau. Ou com um tubo em PVC, daqueles brancos que se usavam nas ligações eléctricas exteriores. Era só enchê-lo com purpurinas a imitar magia. Mas nunca fiz nada. Fiz só na minha cabeça...

Já vi nascer o Sol no trabalho

Como se a empresa em que se trabalha fosse um planeta. Até era. Isto de ver nascer o Sol na empresa é muitas vezes motivo de orgulho de muitas pessoas. Orgulho, gabarolice, sei lá. Ver lá nascer o Sol não significa que se tenha chegado muito cedo. Ver nascer o Sol é mais do que ver amanhecer. É testemunhar o momento em que aparece no horizonte vindo das trevas. É mais do que o ver subir no céu. Significa que se trabalhou de noite. E isto de se trabalhar de noite para quem não faz turnos e só devia trabalhar de dia é um estandarte a transportar. Vi nascer o Sol quando tive uma release  de código que tinha que ser feita durante a noite e que durou até de manhã. Trabalhei de noite porque era preciso. Trabalhei de noite no escritório porque era assim que se trabalhava antes de se perceber que de casa, afinal, também se trabalha. Até de noite, vejam lá. Perceber, aceitar, render-se à evidência ou à necessidade. Era isso ou parar. Trabalhei muitas outras vezes durante a noite por razões ...